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Cap. 142

O prefeito McQueen vai até a janela, espia a rua vazia e volta à história:

— Eu segui atrás de Isabel, temendo pela vida da mulher, afinal, ela não fazia ideia de quem iria confrontar.

— Fui atrás da mulher até os aposentos do padre, que, naquele momento, colocava uma mala sobre a cama.

— No entanto, assim que a mulher começou a despejar sua ira, foi do velho Moe que fiquei com pena.

— Isabel questionou sua fé, sua moral, seu comprometimento com as famílias da cidade e aproveitou para reclamar que não eram mais realizadas missas.

— Vendo a mala, a mulher continuou seu sermão dizendo que o padre tinha mesmo que ir embora e fugir de suas responsabilidades, já que, agora, qualquer um poderia entrar na capela. Mas, ela avisou que ele nunca escaparia de seus pecados e omissões e que ela mesma cuidaria daquela igreja e rezaria para que Deus desse a Westwood seu castigo merecido.

— “Saia de minha igreja”, resmungou o padre, abrindo a mala, ao que Isabel retrucou: “A igreja não é sua, quem vai sair é você. Eu só sairei daqui para ir para o Céu”.

— “Se é o que deseja.”, respondeu o padre e pegando a mulher e erguendo do chão. Eu cheguei a levar a mão à minha arma, mas um olhar do Moe, seguido por um movimento negativo com a cabeça, me fez desistir.

— E lá se foi Isabel pela mesma janela por onde o padre havia passado.

— Da janela, Westwood gritou para Isabel e para todos: “Parece que não deu para alcançar o céu, mas, se entrar aqui novamente, vamos tentar lá do campanário”.

— Eu saí da igreja e fui verificar se a mulher estava bem e já a encontrei em pé, contida por Ramirez e Alonzo ao querer voltar para a capela.

— Ainda na janela, Westwood decretou: “Esta igreja é minha. A partir de agora, ninguém mais entra aqui sem que eu tenha chamado”.

— O padre fechou os pedaços da janela que sobraram. A esposa de Ramirez ainda estava contrariada. Sem pensar direito, perguntei a ela se gostaria de tentar também reclamar com o xerife.

— Ramirez empalideceu, mas ela, surpreendentemente, respirou fundo e respondeu: “Não precisa, aquela meretriz não vai poder pisar na igreja também. Isso basta!”
 

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